Poucas são as chances que as empresas hoje em dia se dão para medir a empatia do consumidor. Na dimensão da Psicanálise, esse termo traduz um estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com outra, presumindo sentir o que esta está sentindo. Ai reside a dificuldade de grande número de empresários – se colocar do outro lado do balcão e abster-se da sua posição de dono do negócio. Transformar a subjetividade do mundo das idéias na concretização de um negócio é tarefa do “Empreendedor Poltergeist”.
Inúmeras empresas são criadas amparadas somente na crença de sucesso do proprietário. Sim, é preciso acreditar na força das idéias, no tato, no feeling para negócios – mas isso não é argumento suficiente para garantir que um produto ou serviço irá se encaixar adequadamente às necessidades de consumo de determinado perfil de consumidor. É preciso muita pesquisa e exploração, um exercício permanente de se colocar na posição do cliente e poder enxergar com a visão de quem empreende, de quem identifica oportunidades e efetivamente as transforma em algo concreto para ser oferecido em troca.
Antes, durante e sempre – a comunicação direta e franca com o consumidor deve ser privilegiada como instrumento de transformação de pensamentos, idéias e sugestões na oferta de um produto concreto. A empatia – esse difícil exercício, comparável ao fenômeno *Poltergeist do filme homônimo, no qual espíritos encarnam em indivíduos para manifestarem o seu desejo – simboliza a força de princípios e de profissionalismo que o líder, administrador ou dono de empresa deve travar para buscar o sucesso do seu negócio. O “Empreendedor Poltergeist” é um fenômeno cada vez mais raro na realidade de mercado atual.
* Poltergeist foi um filme de sucesso de crítica e público dirigido por Steven Spielberg na década de 80. Narrava a história de uma garotinha que tinha capacidade de se comunicar com espíritos. Estes por sua vez, incorporavam nela para se comunicar com o mundo material e fazer valer a sua vontade.