Apresentação

Faz tempo em que a base para se estabelecer relações comerciais reduzia-se à troca de mercadorias essenciais: um peixe por um punhado de sal. Hoje, a experiência comercial ampara-se em trocas muito mais complexas, com papéis e procedimentos rigorosamente definidos. Enquanto o mercado evolui, algumas empresas insistem em permanecerem na época do escambo. Estabelecer troca de informação e conhecimento entre consumidores e o mercado é a finalidade desse blog. A Comunicação e a Palavra - munidas da força e alcance da Internet - como elemento de transformação e positivação das práticas comerciais.


sábado, 30 de junho de 2012

A Sina da Relevância no contexto do Planejamento de Conteúdo para Mídias Sociais




Além de todo o questionamento e hesitação que cercam empresas iniciantes nas mídias sociais, há ainda uma série de aspectos obscuros que costuma ser descortinada somente quando a dinâmica do processo se estabelece. As questões que pairam sobre a produção de conteúdo é uma dúvida recorrente. Como lidar de forma estratégica com todas as questões editoriais que envolvem essa atividade para as Mídias Sociais?

Desde que foi criada, a Internet sofreu profundas transformações. Antes, para descobrir um endereço de um site era preciso acessar listas de referências de empresas agrupadas por categorias – uma espécie de páginas amarelas online. Com o surgimento dos mecanismos de buscas, tudo mudou e as empresas passaram a ser encontradas na internet através daquilo que publicavam. Nesse contexto, o aporte de conteúdo, seja de um site, blog, perfis ou páginas nas mídias sociais tornou-se um ativo estratégico.

Antes mesmo de ser gerado, o conteúdo desenvolve a condição para a sua própria razão de ser: a sina da relevância. Não dá para fugir dessa premissa. Há um objetivo a ser cumprido e um público a ser destinado. O planejamento de conteúdo deve ser capaz de estabelecer simetria entre interesses distintos; da empresa e do público-alvo. Quando isso é claramente definido e dosado, cria-se uma janela de oportunidade para a construção de relacionamentos.

Todas essas relações provenientes da forma como nos expressamos e nos posicionamos diante de questões estratégicas para o nosso negócio – consubstanciadas através dos conteúdos publicados via plataformas digitais – transformam o nosso discurso em instrumento de engajamento. Uma idéia, tema, produto, marca ou empresa que desperta interesse e envolvimento do público. Nesse ponto, as coisas começam verdadeiramente a funcionar.

A preocupação com a visibilidade online, muitas vezes impede a empresa de fugir de alguns temas comumente abordados pela concorrência. Existe um pragmatismo que rege a dinâmica dos mecanismos de buscas por serem baseados em palavras-chave. No entanto, é preciso ir além e buscar alternativas criativas de abordagem, formatos e pautas capazes de criar uma identidade consistente de conteúdo.

Outros critérios importantes para o desenvolvimento de conteúdo são a qualidade, volume e periodicidade das atualizações. Um planejamento de conteúdo para mídias sociais deve pontuar claramente todos esses aspectos, contemplando a rotina de atualizações diárias – que obedece a uma linha editorial preestabelecida – bem como a dinâmica de atualizações espontâneas – geradas pela interação com os usuários participantes das redes.  

Acesse abaixo os slides que preparei, reforçando aspectos importantes para uma abordagem prática do desenvolvimento de conteúdo para mídias sociais. Ao assumir o controle editorial dos seus canais digitais, lembre-se de duas coisas: (1) revise e aprimore constantemente o seu plano, pois o desenvolvimento da sua proposta editorial deve ser contínuo e dinâmico; (2) manter o controle não significa limitar a abertura para o diálogo, pondere ousar um pouco mais e assuma os riscos!

Se você tem alguma dúvida ou dicas específicas sobre esse tema, compartilhe conosco abaixo nos comentários.


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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Dilema Doispontozero: Privacidade Versus Super Exposição Online



Como usar as novas tecnologias digitais e zelar pela nossa privacidade, enquanto o comportamento online caminha na direção oposta: o da super exposição?

Queremos estar em todos os lugares. Cada vez mais conectados e durante mais tempo, lutamos para nos manter tecnologicamente atualizados, queremos ser ubíquos. Consumimos informação em excesso, invertemos o vetor do modelo tradicional de produção e passamos também a gerar conteúdos. Com inúmeros perfis pessoais em redes sociais e vários endereços de e-mail, super-povoamos o espaço da web e nos tornamos obesos digitais. Paradoxalmente, queremos nos preservar, mas fugimos do anonimato, nos expondo permanentemente.

Gilles Lipovetsky, autor e sociólogo francês, cunhou o termo “hipermodernidade” para representar a nossa atual sociedade.  Com a existência marcada essencialmente pela convivência de antagonismos, para o sociólogo, nós vivemos entre a “cultura do excesso” e o “elogio da moderação”. O mundo, segundo ele, está repleto de paradoxos. Quanto mais tecnologia e inovação ao nosso dispor, menos tempo disponível para nós. Consumimos tudo em excesso, cercados pela forte sensação de efemeridade. Somos intensos e individualistas.

Seguindo a linha de Lipovetsky, o autor americano John Naisbitt, sugere outro paradoxo para interpretar a sociedade contemporânea: “High Tech, High Touch”, segundo o qual, nos esvaziamos de sentido na medida em que a tecnologia se apossa cada vez mais das nossas vidas. É nesse ponto, segundo Naisbitt, que o contato pessoal (high touch) é fundamental para resgatar a essência do ser humano.

A internet é a mais celebrada tecnologia do tipo Pull, que se caracteriza justamente por atender a nossa crescente necessidade, como usuários, de interferirmos de forma decisiva na maneira como consumimos conteúdos. Esse é o aspecto fundamental de diferenciação destas com as tecnologias do tipo Push, representadas pela televisão, que nos “empurra” os seus conteúdos sem que tenhamos efetivamente como interferir na programação a qual somos submetidos.

A web 2.0 simboliza a mudança de ponto de vista de como nós usuários concebemos a web e a utilizamos como plataforma de interação e colaboração, evidenciada especialmente através da proliferação de wikis, aplicativos e das redes sociais.  Como tecnologia Pull, nos coloca no centro de um novo modelo de produção, modificando parâmetros comportamentais, políticos, econômicos e sociais.  Será que estamos preparados para assumir a responsabilidade e o ônus dessa inversão?

Vetores representativos desse novo paradigma, grandes empresas nativas da web, como o Google e o Facebook, iniciaram uma corrida ferrenha pela busca da relevância. Como atender às necessidades desse novo consumidor e ofertar serviços cada vez mais personalizados, dirigidos, relevantes?  O volume de dados sobre nós acumulados por essas empresas são a chave para a tão festejada relevância. Google e Facebook são empresas de dados, e cada informação que cedemos a elas ajuda a delinearem o nosso perfil, os nossos gostos e hábitos – são o custo que pagamos por usar os serviços prestados por elas.

Estamos falando do mercado do comportamento, no qual os grandes players da internet transformaram indicadores de clique em informações valiosas dos usuários e lucram com isso. O core business do Google e do Facebook é a publicidade online, onde a personalização tornou-se a estratégia para ganharem a preferência dos usuários e dos anunciantes.  Como num ciclo vicioso, quanto maior o volume de dados que obtiverem dos usuários, maior a chance de nos conhecerem e de ofertarem serviços mais direcionados e eficazes.

Os negócios baseados na web e nós mesmos estamos em pleno processo de readaptação frente à velocidade frenética na qual as transformações se processam no espaço virtual. É um terreno muito pouco regulamentado, justamente pela dificuldade de percebemos as mudanças quando estamos inseridos no processo. Saudamos as possibilidades proporcionadas pelo advento ininterrupto de novas tecnologias e vivemos intensamente a era da obsolescência programada – na qual as tecnologias nascem e rapidamente tornam-se obsoletas.

Não culpemos o veículo, devemos assumir a responsabilidade pelas nossas escolhas na internet. Assim como num acidente proporcionado pela colisão de um automóvel em alta velocidade: quem seria o culpado, a tecnologia que possibilita atingir velocidades antes inimagináveis ou o comportamento do condutor que imprime o ritmo e ultrapassa o limite do bom senso? Estamos apenas aprendendo a lidar com esses paradoxos, redefinindo conceitos fortemente enraizados durante muito tempo. A privacidade online é apenas um deles.

Utilizei a ferramenta de perguntas do Linkedin para abordar amigos e profissionais da área sobre o tema e recebi pontos de vista realmente bastante interessantes e enriquecedores. Compartilho o link para algumas dessas respostas que obtive através do Linkedin: Clique AQUI!

Esse tema foi apresentado por mim na XXXVII Semana Científica e Cultural do IBMR Laureate Internacional Universities do Rio de Janeiro, no dia 25/05/12. Os slides da apresentação estão disponíveis no Slideshare:  #Dilema Doispontozero.

Compartilhe conosco também a sua opinião nos comentários abaixo.  Como podemos fazer uso dessas tecnologias e ainda assim nos preservar, mesmo que o comportamento online caminhe na direção oposta da super exposição?






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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Por que o Pinterest é a Rede Social do Momento?


A permanente necessidade de renovação e a velocidade na qual as mudanças se processam talvez sejam os ingredientes mais contundentes da receita do sucesso das Mídias Sociais. Mas o fato é que mesmo com todo esse dinamismo, o centro das atenções sempre pairou entre o Facebook e o Twitter.   O lançamento do Google Plus em Julho de 2011 deu a primeira grande sacudida nesse cenário, desviando o foco para outras paisagens. Agora, parece que é a hora e a vez do Pinterest roubar a cena!

Disponível desde março de 2010, a rede social do momento atingiu no início de 2012 crescimento de 145%, com mais de 10 mil usuários registrados, gerando 12 mil visitantes únicos por mês (confira esses e outros dados interessantes clicando aqui). De acordo com estudo da Shareaholic, o site gera atualmente um volume maior de tráfego de referencia do que o Google Plus, YouTube e Linkedin juntos. As mulheres marcam presença massiva entre os usuários do Pinterest (87%), com faixa etária que varia entre 25 e 54 anos.

Não há muita novidade na proposta do Pinterest – é uma rede social que se propõe a disponibilizar as pessoas um ambiente propício para compartilharem interesses em comum. Funciona como uma espécie de painel de cortiça virtual (pinboad), onde as pessoas postam e compartilham imagens e idéias sobre praticamente qualquer coisa, especialmente sobre moda, decoração e objetos com foco em design. O forte apelo visual do site sugere o motivo pelo qual a rede social ganhou expressiva popularidade no segmento de design.

Enquanto outras redes sociais como o Facebook fazem rodeios em volta de si mesmo com turbilhões de atualizações – na sua grande maioria execrada pelos usuários – o Pinterest surge como proposta simples, mas com forte sentido de engajamento entre os seus usuários. Como ferramenta de marketing - resguardadas as diferenças de apropriação em relação às demais redes – a nova plataforma de rede social tem se mostrado como opção relevante para divulgação de conteúdo de marca e fonte geradora de tráfego para websites das empresas.

E você, já aderiu ao Pinterest? Deixe as suas impressões sobre essa nova rede social abaixo. Se ainda não aderiu, em breve distribuirei convites para interessados. Basta assinalar o interesse nos comentários.


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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Analise de Cenário para Estratégias Digitais de Marketing



Lidar com planejamento e gestão da presença de marcas e empresas no ambiente online é algo que me dá prazer. É o que faço profissionalmente, embora até mesmo nos momentos de lazer, me pegue destinando boa parte do tempo disponível com a atividade. Sem me dar conta, ultrapasso a fronteira do lazer e do trabalho e passo horas entretido como se estivesse brincando de Hot Wheels com o meu filho de dois anos e meio. Tão frenético e radical quanto brincar de carrinhos tunados é acompanhar as nuances do mercado digital.

Para acompanhar essas transformações sem tirar o pé do acelerador eu costumo fazer duas coisas. Primeiro, me cerco de informação, lendo bastante, trocando idéias, debatendo, compartilhando e fazendo brainstorm com os meus pares e fontes profissionais fidedignas.  A segunda coisa é montar o tabuleiro e distribuir as peças do jogo adequadamente. Quero dizer, contextualizar para melhor dimensionar os esforços de planejamento. Para isso, faço uso de uma técnica muito utilizada pelos colegas de gestão e planejamento: a Análise de SWOT.

O acrônimo das palavras em inglês - Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças) - é uma ferramenta de análise de cenário poderosa quando bem aplicada. Ao passo que vamos encaixando as peças no tabuleiro de SWOT, a brincadeira vai ficando mais divertida. Aos poucos, descortinamos o cenário e as possibilidades de avançamos no jogo com mais segurança e propriedade. Evidentemente, apesar da abordagem lúdica da qual se vale o meu texto, a análise de cenário deve ser minuciosa e a tradução dela em ações e estratégias coerentes dentro do escopo de recursos disponíveis requer estrito conhecimento de causa.

Monte o seu Cenário.
    
Para montar o tabuleiro de SWOT, use lápis, borracha e uma folha de A4. Rabisque, apague e reescreva quantas vezes forem necessárias. Divida a página em quatro quadrantes. Os dois primeiros superiores serão destinados, da esquerda para a direita, respectivamente, para os elementos que representam as Forças e Fraquezas. É importante ter em mente que esses dois quadrantes se referem aos fatores inerentes (internos) à empresa (ou marca) analisada.  Os quadrantes inferiores representarão os fatores externos – sob os quais a empresa não possui interferência direta – sendo eles; Oportunidades e Ameaças.

Em alguns momentos, a montagem do tabuleiro poderá suscitar dúvidas sobre o que é uma força ou oportunidade. Da mesma forma, poderá não ficar muito claro em qual quadrante incluir um item, em riscos ou fraquezas? Mas a prática rotineira da metodologia deverá permitir o apuro da técnica – possibilitando a construção de análises mais profundas e profissionais.

Aprimore a sua Análise.

Ao cruzar elementos de quadrantes distintos a análise de cenário ficará ainda mais completa, podendo gerar argumentos mais consistentes para a defesa de ações e estratégias do seu planejamento.  Teste por exemplo cruzar uma força com uma oportunidade – isso representará uma oportunidade de alavancagem. No outro extremo, faça o cruzamento de uma fraqueza com um item listado como ameaça: isso vai gerar um contexto totalmente indesejável para o seu negócio. Ambas as possibilidades irão demandar esforços específicos no seu planejamento. Agora é colocar a mão na massa!


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