Apresentação

Faz tempo em que a base para se estabelecer relações comerciais reduzia-se à troca de mercadorias essenciais: um peixe por um punhado de sal. Hoje, a experiência comercial ampara-se em trocas muito mais complexas, com papéis e procedimentos rigorosamente definidos. Enquanto o mercado evolui, algumas empresas insistem em permanecerem na época do escambo. Estabelecer troca de informação e conhecimento entre consumidores e o mercado é a finalidade desse blog. A Comunicação e a Palavra - munidas da força e alcance da Internet - como elemento de transformação e positivação das práticas comerciais.


quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Comida Enrolada em Forma de Cone

A maioria das pessoas já deve ter notado o cheiro de novidade gastronômica se espalhando no ar das cidades brasileiras. A culinária japonesa está se reinventando para abraçar novos nichos de mercado. Primeiro foi o boom dos sushis e sashimis, que aos poucos foram conquistando o paladar de gente acostumada com hambúrguer e batata frita. Mas a novidade agora são as Temakerias – lojas especializadas nos Temakis. Os restaurantes e adeptos da comida japonesa mais tradicionais não estão gostando muito dessa nova tendência. Para eles, as lojas de Temakis representam um movimento de depreciação da arte e da estética que envolvem a preparação dos pratos nipônicos. Certamente essa não é a mesma opinião do público que vem lotando Temakerias para matar a curiosidade e o apetite.

No Brasil só existe um tipo de comida japonesa – a brasileira! A tradição serve como tempero e garante a sofisticação e o glamour sensível aos olhos e ao paladar. A ornamentação dos restaurantes, a tentativa de atender com a delicadeza e a gentileza típica oriental, o cuidado estético e apresentação dos pratos, a combinação de ingredientes e texturas – procuram manter a correlação com o padrão de fazer comida dos cozinheiros de olhos puxados que residem do outro lado do planeta. Os restaurantes japoneses do Brasil, na sua grande maioria, se especializaram em pesquisar e criar novos pratos, partindo da essência da culinária nipônica, misturando ingredientes de forma inusitada, concebendo uma cozinha verde e amarela, vermelha e branca. Essa comida faz sucesso em nosso país e seguindo as tendências, busca se adaptar e se reinventar como negócio também.

Os Temakis – com a licença para uma opinião nada imparcial – são deliciosos,e, além disso, se sustentam na argumentação mais badalada e em moda que é a de ser uma comida saudável; alvo e objeto de consumo consciente de um número cada vez maior de adeptos. Enquanto é novidade, corre o risco de cair no limbo do modismo. Mas, a julgar pelo número crescente de lojas especializadas no ramo que vêm surgindo, tem muito empresário apostando na consagração dos cones por aqui, como já se deu em outros mercados fora do país. As Temakerias no Rio, em São Paulo, em Belo Horizonte e em outros Estados estão fazendo sucesso! Em Salvador, por exemplo, tem gente deixando de prestigiar os concorridos tabuleiros das baianas para curtir o happy hour nas disputadas lojas especializadas nos cones, que, por enquanto, somam apenas duas na capital baiana.

Quando me encaminhava para finalizar esse post, pensei que deve existir alguém que ainda não sabe o que é um Temaki, ou mesmo nem queira. Mas a favor dessa onda de comida enrolada, vou prosseguir no assunto. Por fora, uma espécie de alga desidratada enrolada em forma de cone sustenta a base de arroz temperado ao estilo japonês. Por cima do arroz, escolhe-se entre as várias opções de recheio disponíveis com base em vegetais, peixe cru e frutos do mar. Para incrementar, acrescente cream cheese e tempere com molhos shoyo ou teriaki. A maioria são salgados, mas já estão pegando gosto pelos cones doces. Normalmente são servidos frios, ao natural, mas não param de surgir novas receitas quentes. Enfim, é isso. Bom apetite e DOMO ARIGATO GOZAIMASU!
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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

No dia 23 de novembro, diga não às compras!


Dia das bruxas, São João e Carnaval; as datas comemorativas são cheias de símbolos e rituais. Vai chegando o final do ano e o ritual se repete, preparamos a festa e escolhemos a fantasia apropriada. Dessa vez, é a fantasia de consumidor que vestimos para festejar o Natal. Paramentados, partimos com apetite voraz para as compras. É se apropriando desse clima de euforia, típico dessa época do ano, que o movimento “Dia Sem Compras” deseja pregar justamente o contrário: despertar nas pessoas a prática do consumo mais ponderado e consciente.

A proposta bem humorada do “Buy Nothing Day” (BND), iniciativa da Fundação canadense Adbusters Media, está na sua 14ª edição e já se faz presente em vários países. Apesar da roupagem descontraída, o conteúdo da mensagem é sério, critica o desperdício e o consumo banalizado que provoca em última instância o esgotamento dos recursos naturais. Além disso, o BND avança sobre a discussão dos problemas de ordem psicológica, já que o consumismo pode ser expressão de uma insatisfação contida do indivíduo que dá vazão a esse sentimento comprando desenfreadamente.

Mesmo diante de tanto apelo comercial e das facilidades para comprar, temos ao nosso alcance a opção pelo consumo racional e responsável. Essa é a principal mensagem que o “Dia Sem Compras” deseja difundir em sua ação simbólica que acontece no dia 23 de novembro. E você, já começou a fazer a sua lista de presentes desse Natal? Qualquer que seja a sua opção, democraticamente ela é válida, mas os ativistas do movimento acham que podemos e devemos consumir menos. Conheça mais sobre o Dia Sem Compras acessando o website oficial do movimento:http://www.adbusters.org/metas/eco/bnd/
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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Marketing infanto-juvenil é assunto para gente grande.


Alguém da minha geração deve lembrar do robô Arthur e seus movimentos limitados, do jogo Gênius com luzes piscantes e botões sonoros ou do Playmobil e seus bonecos, forte-apaches e cidades de faroeste. São brinquedos que me provocam profunda nostalgia e me fazem lembrar de como eu e meus amigos éramos fascinados por aquele mundo lúdico. Por trás dos apelos, os comerciais de TV atingiam o nosso inconsciente imaginário em cheio, alimentavam nossas fantasias de criança e o impulso pela compra - desenvolvia e cultivava o nosso lado consumista. Atualmente, a discussão sobre o impacto do Marketing nos hábitos de consumo de crianças e jovens tem sido tema de muitos debates. Mais organizado em países como os EUA e Canadá, o movimento chama a atenção dos pais e da sociedade para um fato alarmante: as conseqüências do Marketing infanto-juvenil na formação educacional dos seus filhos e futuros consumidores.

Talvez o Ronald Mc Donald seja o símbolo que traduz com mais clareza a força do Marketing direcionado para crianças. O palhaço descolado, amigo divertido é personagem de um mundo encantado que seduz e conquista as crianças. A figura circense da rede de Fast Food mais famosa do mundo representa outro aspecto preocupante como conseqüência desse tipo de abordagem: o crescimento do volume de problemas de saúde pública gerados por hábitos não-saudáveis de consumo. Nesse caso específico, a obesidade infantil. Consumo e dependência precoce de tabaco e bebida alcoólica, comportamento violento e precocidade sexual incrementam a lista dos problemas em debate.

O exemplo da Kellogg, outra multinacional norte-americana – que firmou acordo recentemente modificando a forma como a empresa irá articular o marketing de seus produtos para crianças – atesta a influência que a indústria alimentícia exerce na formação dos hábitos alimentares através das suas ações com foco nos consumidores mirins. O acordo foi resultado da pressão imposta por famílias norte-americanas. Espera-se que o desenrolar desses acontecimentos possa servir de exemplo, fortalecendo o processo de conscientização e o desenvolvimento do pensamento crítico a cerca do tema em nosso continente.

No Brasil, anunciantes e agências de publicidade praticam o Marketing voltado para crianças isento de uma regulamentação mais rigorosa. Eles mesmos ditam as regras. Por outro lado, percebe-se o aparecimento, ainda que discreto, de movimentos que procuram se engajar no tema, provocar a discussão e despertar a atenção da opinião pública. Incipientes, porém com personalidade e firmeza de princípios, as iniciativas no país procuram enquadrar o Marketing e restringir a sua ação sobre o público infanto-juvenil.

Enquanto isso, como os Troianos, continuamos recebendo o “presente de grego” que esse tipo de Marketing reserva para nós. Barbies, Hello Kitty e Power Rangers são exemplos contemporâneos da estratégia mirabolante que os gregos bolaram para atingir os seus objetivos de guerra. Como no eqüino de madeira, guardam surpresas indesejáveis no seu conteúdo. E por falar em Cavalo de Tróia, vou logo finalizando esse post para não correr o risco de fazer a analogia com o destrutivo vírus homônimo que circula na Internet.


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Boas referências

A iniciativa de publicar um blog com a proposta do “Palavra de Consumidor” partiu da necessidade de transformar a minha indignação – como consumidor e profissional da área de comunicação – em ação e resultado prático. Fomentar o debate, garimpar informação a cerca do tema e buscar a interação com consumidores e profissionais de áreas afins me parece um bom começo. Melhor ainda é contar com o apoio e o incentivo de leitores que se identificam com a proposta do blog – especialmente quando se trata de profissionais com respaldo no meio. É dessa forma que recebo os comentários do colega Gustavo Matos - professor, consultor de comunicação empresarial e autor dos livros Comunicação Sem Complicação e A Cultura do Diálogo. A seguir, divido como o leitor os comentários do colega:


“Gostei muito da proposta editorial do blog Palavra de Consumidor. Incentiva o debate, a reflexão, a mudanças de paradigmas e a conscientização do conceito de cidadania. A idéia é muito boa e já podemos perceber o seu grande potencial de sucesso. É uma espécie de ombudsman do consumidor. Em frente, com força e fé. Desejo pleno êxito para o seu projeto.

Cordialmente,

Gustavo Matos”


Artigos de autoria de Gustavo podem ser encontrados no site da Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial: http://www.aberje.com.br/novo/acoes_artigos_mais.asp?id=428 .



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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Assinatura Abril: Falsas Promessas e Descaso ao Consumidor

Talvez você já tenha sido abordado pelas promoções de assinatura das Revistas Abril. Aqui em casa, nós assinamos 03 produtos do grupo: Você S/A , Viagem e - a mais recente e motivo desse post – a revista Info. Pois bem, cuidado com as falsas promessas embutidas no pacote promocional! No discurso da campanha, encabeçada pela frase: “você vai ganhar um desses presentes”, as opções de brinde são: Mala holiday, Mala due ou Relógio Chronos. Minha esposa quis me presentear com a assinatura da revista Info. Motivada pelas condições da promoção, aderiu à assinatura. Hoje, estamos completando dez desgastantes meses de ligações feitas para a central de atendimento do grupo, procurando saber porque ainda não recebemos o brinde prometido no prazo de 35 dias após a adesão. Em meio a todo esse caos, ainda recebemos uma ligação da área de assinaturas nos oferecendo outros produtos. Dá para acreditar em tamanha desorganização? Não é a falta de uma mochila de nylon ou de um relógio de couro sintético que nos deixa indignados. O que não podemos admitir é a falta de respeito, falta de ética, falta de compostura e falta de compromisso com a verdade por parte do Grupo Abril. Remando contra a maré de toda a filosofia e prática de comunicação que empresas modernas vêm adotando para lidar com situações críticas, o Grupo nem mesmo possui uma Ouvidoria para tratar ao menos com profissionalismo os deslizes que acomete com os clientes. Enquanto isso, vão se proliferando no Orkut, comunidades de consumidores insatisfeitos com a empresa por motivos distintos. Continuo lendo os conteúdos das revistas que são bons e já paguei por eles, mas jamais farei qualquer outra assinatura Abril.


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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Reputação de Marcas na Internet

Cresce o número de empresas de olho nos conteúdos que circulam na web - em especial nos blogs, fóruns comunidades virtuais e sites de relacionamento - para sondar como anda a reputação de suas marcas. Companhias como O Boticário delegam essa tarefa para empresas especializadas em monitoração do boca-a-boca na Internet. Esse movimento reforça a necessidade das empresas acompanharem as tendências do mundo virtual, bem como de redimensionarem as suas práticas de comunicação.

O serviço funciona como uma espécie de "Ouvidoria Ativa", pois não é a queixa que chega até a empresa, o sentido é contrário. Empresas como a "E.life" são pagas para garimpar tudo o que é dito sobre determinada marca no universo virtual. As informações são monitoradas e classificadas. As críticas negativas são identificadas e tratadas com grau de prioridade. A partir daí, defini-se a ação de feedback mais adequada para cada situação. Esse retorno ao consumidor, normalmente é feito por e-mail.

Agora, já possuo uma argumentação mais convincente para responder a quem costuma colocar em dúvida a finalidade de participar de comunidades virtuais ou mesmo de publicar um blog. Cada um com o seu propósito. Finalmente, encontrei o meu. A palavra de consumidor alcança novas dimensões, amplificada pela força, alcance e projeção que a Internet oferece.
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terça-feira, 25 de setembro de 2007

HIPERCAR – 16 ANOS MANDANDO O CLIENTE TOMAR NO C.....

Tem gente que é médico, advogado, gari, funcionário público, político ou vendedor de carro. Não importa o status da profissão, tem que fazer a coisa com amor, com carinho, competência e ética. Do contrário, experiência acumulada pode ser um mero exemplo de desperdício de tempo.

É com a boca cheia de ofensa e o peito estufado de arrogância que o auto-intitulado-vulgo SAMUCA – vendedor de carros da HIPERCAR, loja da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, recorre aos “16 anos de praça” como certificado de competência e justificativa para agir de má fé e agredir verbalmente um potencial cliente. Atitude como essa, além de desqualificar profissionais sérios que existem no mercado, coloca em jogo a credibilidade da empresa, que mantém na sua linha de frente, um funcionário sem preparo para negociar de forma civilizada, ou ao menos respeitosa com seus clientes.

Há realmente inúmeros profissionais sérios nesse ramo. Eles conhecem a fundo os conceitos básicos das relações comerciais, sabem como lidar com pessoas e da importância de se estabelecer relações mais consistentes e duradouras com o mercado. É dessa forma que se constrói a credibilidade de marca; aos poucos, com muito esforço, empenho, seriedade, compromisso ético e respeito ao consumidor.

Cada vez que SAMUCA manda um cliente “tomar no c....”, desconsidera todos os princípios básicos do marketing, destrói qualquer impressão positiva do negócio que representa e acumula pontos negativos para a imagem da HIPERCAR. Demonstra que não sabe que uma negociação jamais se finda no fechamento, seja ele terminado em compra ou não. Dizem por ai, que não existe coisa pior que propaganda negativa feita de boca-a-boca. Principalmente, quando o potencial cliente lesado e agredido verbalmente sabe como usar as palavras e possui os canais certos para fazer a informação fluir nos meios de comunicação disponíveis.


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