Apresentação

Faz tempo em que a base para se estabelecer relações comerciais reduzia-se à troca de mercadorias essenciais: um peixe por um punhado de sal. Hoje, a experiência comercial ampara-se em trocas muito mais complexas, com papéis e procedimentos rigorosamente definidos. Enquanto o mercado evolui, algumas empresas insistem em permanecerem na época do escambo. Estabelecer troca de informação e conhecimento entre consumidores e o mercado é a finalidade desse blog. A Comunicação e a Palavra - munidas da força e alcance da Internet - como elemento de transformação e positivação das práticas comerciais.


quarta-feira, 31 de outubro de 2007

No dia 23 de novembro, diga não às compras!


Dia das bruxas, São João e Carnaval; as datas comemorativas são cheias de símbolos e rituais. Vai chegando o final do ano e o ritual se repete, preparamos a festa e escolhemos a fantasia apropriada. Dessa vez, é a fantasia de consumidor que vestimos para festejar o Natal. Paramentados, partimos com apetite voraz para as compras. É se apropriando desse clima de euforia, típico dessa época do ano, que o movimento “Dia Sem Compras” deseja pregar justamente o contrário: despertar nas pessoas a prática do consumo mais ponderado e consciente.

A proposta bem humorada do “Buy Nothing Day” (BND), iniciativa da Fundação canadense Adbusters Media, está na sua 14ª edição e já se faz presente em vários países. Apesar da roupagem descontraída, o conteúdo da mensagem é sério, critica o desperdício e o consumo banalizado que provoca em última instância o esgotamento dos recursos naturais. Além disso, o BND avança sobre a discussão dos problemas de ordem psicológica, já que o consumismo pode ser expressão de uma insatisfação contida do indivíduo que dá vazão a esse sentimento comprando desenfreadamente.

Mesmo diante de tanto apelo comercial e das facilidades para comprar, temos ao nosso alcance a opção pelo consumo racional e responsável. Essa é a principal mensagem que o “Dia Sem Compras” deseja difundir em sua ação simbólica que acontece no dia 23 de novembro. E você, já começou a fazer a sua lista de presentes desse Natal? Qualquer que seja a sua opção, democraticamente ela é válida, mas os ativistas do movimento acham que podemos e devemos consumir menos. Conheça mais sobre o Dia Sem Compras acessando o website oficial do movimento:http://www.adbusters.org/metas/eco/bnd/
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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Marketing infanto-juvenil é assunto para gente grande.


Alguém da minha geração deve lembrar do robô Arthur e seus movimentos limitados, do jogo Gênius com luzes piscantes e botões sonoros ou do Playmobil e seus bonecos, forte-apaches e cidades de faroeste. São brinquedos que me provocam profunda nostalgia e me fazem lembrar de como eu e meus amigos éramos fascinados por aquele mundo lúdico. Por trás dos apelos, os comerciais de TV atingiam o nosso inconsciente imaginário em cheio, alimentavam nossas fantasias de criança e o impulso pela compra - desenvolvia e cultivava o nosso lado consumista. Atualmente, a discussão sobre o impacto do Marketing nos hábitos de consumo de crianças e jovens tem sido tema de muitos debates. Mais organizado em países como os EUA e Canadá, o movimento chama a atenção dos pais e da sociedade para um fato alarmante: as conseqüências do Marketing infanto-juvenil na formação educacional dos seus filhos e futuros consumidores.

Talvez o Ronald Mc Donald seja o símbolo que traduz com mais clareza a força do Marketing direcionado para crianças. O palhaço descolado, amigo divertido é personagem de um mundo encantado que seduz e conquista as crianças. A figura circense da rede de Fast Food mais famosa do mundo representa outro aspecto preocupante como conseqüência desse tipo de abordagem: o crescimento do volume de problemas de saúde pública gerados por hábitos não-saudáveis de consumo. Nesse caso específico, a obesidade infantil. Consumo e dependência precoce de tabaco e bebida alcoólica, comportamento violento e precocidade sexual incrementam a lista dos problemas em debate.

O exemplo da Kellogg, outra multinacional norte-americana – que firmou acordo recentemente modificando a forma como a empresa irá articular o marketing de seus produtos para crianças – atesta a influência que a indústria alimentícia exerce na formação dos hábitos alimentares através das suas ações com foco nos consumidores mirins. O acordo foi resultado da pressão imposta por famílias norte-americanas. Espera-se que o desenrolar desses acontecimentos possa servir de exemplo, fortalecendo o processo de conscientização e o desenvolvimento do pensamento crítico a cerca do tema em nosso continente.

No Brasil, anunciantes e agências de publicidade praticam o Marketing voltado para crianças isento de uma regulamentação mais rigorosa. Eles mesmos ditam as regras. Por outro lado, percebe-se o aparecimento, ainda que discreto, de movimentos que procuram se engajar no tema, provocar a discussão e despertar a atenção da opinião pública. Incipientes, porém com personalidade e firmeza de princípios, as iniciativas no país procuram enquadrar o Marketing e restringir a sua ação sobre o público infanto-juvenil.

Enquanto isso, como os Troianos, continuamos recebendo o “presente de grego” que esse tipo de Marketing reserva para nós. Barbies, Hello Kitty e Power Rangers são exemplos contemporâneos da estratégia mirabolante que os gregos bolaram para atingir os seus objetivos de guerra. Como no eqüino de madeira, guardam surpresas indesejáveis no seu conteúdo. E por falar em Cavalo de Tróia, vou logo finalizando esse post para não correr o risco de fazer a analogia com o destrutivo vírus homônimo que circula na Internet.


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Boas referências

A iniciativa de publicar um blog com a proposta do “Palavra de Consumidor” partiu da necessidade de transformar a minha indignação – como consumidor e profissional da área de comunicação – em ação e resultado prático. Fomentar o debate, garimpar informação a cerca do tema e buscar a interação com consumidores e profissionais de áreas afins me parece um bom começo. Melhor ainda é contar com o apoio e o incentivo de leitores que se identificam com a proposta do blog – especialmente quando se trata de profissionais com respaldo no meio. É dessa forma que recebo os comentários do colega Gustavo Matos - professor, consultor de comunicação empresarial e autor dos livros Comunicação Sem Complicação e A Cultura do Diálogo. A seguir, divido como o leitor os comentários do colega:


“Gostei muito da proposta editorial do blog Palavra de Consumidor. Incentiva o debate, a reflexão, a mudanças de paradigmas e a conscientização do conceito de cidadania. A idéia é muito boa e já podemos perceber o seu grande potencial de sucesso. É uma espécie de ombudsman do consumidor. Em frente, com força e fé. Desejo pleno êxito para o seu projeto.

Cordialmente,

Gustavo Matos”


Artigos de autoria de Gustavo podem ser encontrados no site da Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial: http://www.aberje.com.br/novo/acoes_artigos_mais.asp?id=428 .



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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Assinatura Abril: Falsas Promessas e Descaso ao Consumidor

Talvez você já tenha sido abordado pelas promoções de assinatura das Revistas Abril. Aqui em casa, nós assinamos 03 produtos do grupo: Você S/A , Viagem e - a mais recente e motivo desse post – a revista Info. Pois bem, cuidado com as falsas promessas embutidas no pacote promocional! No discurso da campanha, encabeçada pela frase: “você vai ganhar um desses presentes”, as opções de brinde são: Mala holiday, Mala due ou Relógio Chronos. Minha esposa quis me presentear com a assinatura da revista Info. Motivada pelas condições da promoção, aderiu à assinatura. Hoje, estamos completando dez desgastantes meses de ligações feitas para a central de atendimento do grupo, procurando saber porque ainda não recebemos o brinde prometido no prazo de 35 dias após a adesão. Em meio a todo esse caos, ainda recebemos uma ligação da área de assinaturas nos oferecendo outros produtos. Dá para acreditar em tamanha desorganização? Não é a falta de uma mochila de nylon ou de um relógio de couro sintético que nos deixa indignados. O que não podemos admitir é a falta de respeito, falta de ética, falta de compostura e falta de compromisso com a verdade por parte do Grupo Abril. Remando contra a maré de toda a filosofia e prática de comunicação que empresas modernas vêm adotando para lidar com situações críticas, o Grupo nem mesmo possui uma Ouvidoria para tratar ao menos com profissionalismo os deslizes que acomete com os clientes. Enquanto isso, vão se proliferando no Orkut, comunidades de consumidores insatisfeitos com a empresa por motivos distintos. Continuo lendo os conteúdos das revistas que são bons e já paguei por eles, mas jamais farei qualquer outra assinatura Abril.


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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Reputação de Marcas na Internet

Cresce o número de empresas de olho nos conteúdos que circulam na web - em especial nos blogs, fóruns comunidades virtuais e sites de relacionamento - para sondar como anda a reputação de suas marcas. Companhias como O Boticário delegam essa tarefa para empresas especializadas em monitoração do boca-a-boca na Internet. Esse movimento reforça a necessidade das empresas acompanharem as tendências do mundo virtual, bem como de redimensionarem as suas práticas de comunicação.

O serviço funciona como uma espécie de "Ouvidoria Ativa", pois não é a queixa que chega até a empresa, o sentido é contrário. Empresas como a "E.life" são pagas para garimpar tudo o que é dito sobre determinada marca no universo virtual. As informações são monitoradas e classificadas. As críticas negativas são identificadas e tratadas com grau de prioridade. A partir daí, defini-se a ação de feedback mais adequada para cada situação. Esse retorno ao consumidor, normalmente é feito por e-mail.

Agora, já possuo uma argumentação mais convincente para responder a quem costuma colocar em dúvida a finalidade de participar de comunidades virtuais ou mesmo de publicar um blog. Cada um com o seu propósito. Finalmente, encontrei o meu. A palavra de consumidor alcança novas dimensões, amplificada pela força, alcance e projeção que a Internet oferece.
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